Fachadas Cortina - Sistemas

No início dos anos cinquenta nascem as “Fachadas Integrais”. Ao longo de 50 anos este tipo de revestimento de edifícios conhece um grande desenvolvimento: a partir de sistemas onde janelas e painéis eram suportados por aros perimetrais, a tecnologia das “ Fachadas Integrais” evolve em produtos de alta tecnologia. O comportamento de uma Fachada Integral como separação entre exterior e interior de um edifício é qualquer coisa de altamente complexo. Trata-se de um conjunto de materiais diferentes, na forma, no conteúdo, nas funções e nas características, mas estreitamente interdependentes entre si.

Antes da chegada das Fachadas Integrais, as paredes exteriores tinham o papel de agir como suporte estrutural de pavimentos e lajes (paredes portantes), formar uma divisória de protecção do edifício com o exterior, e permitir ao mesmo tempo a vista e a ventilação dos ambientes interiores. Hoje as Fachadas Integrais constituem o filtro que controla o fluxo para o exterior e para o interior de calor, luz, água e ar, a infiltração de humidade, sujidade, barulho, a intrusão de insectos, e a passagem de pessoas.

As Fachadas Integrais são compostas por uma qualquer parede, de qualquer material, não projectadas para suportar cargas verticais e colocadas no exterior, à frente das lajes de cada piso; trata-se, em definitivo, de uma parede não portante.

As fachadas integrais metálicas são fachadas construídas principalmente em metal, Chamam-se: Fachadas Cortina (do termo inglês: Curtain wall)

As Fachadas Cortina dividem-se em:

 
 

 

As fachadas ventiladas, muitas vezes realizadas em pedra (mármore ou granito) e que normalmente revestem uma parede cega do edifício, são, por sua vez, fixadas também por sistemas pontuais.

O sistema de fachadas por módulos (também chamado Precast) é o sistema que ao longo dos anos tem vindo a ser mais utilizado, devido à sua versatilidade. Com este sistema é possível pré-fabricar módulos mistos (vidro, pedra, painéis sandwich) que podem ser colocados pelo exterior do edifício por meio de uma grua, e agarrados às lajes através de um sistema de ancoragem preventivamente fixado à própria laje.

 

 

O sistema de ancoragem às lajes é um dos pontos críticos de uma Fachada Cortina; ele deve:

- suportar o peso do elemento e contemporaneamente adaptar-se às tolerâncias admitidas no fabrico e na colocação dos elementos modulares;

- poder ser afinado nas três direcções; - permitir o movimento de cada elemento, sob o efeito das dilatações térmicas e dos elementos adjacentes (os perfis metálicos das Fachadas Cortina podem estar sujeitos a excursões térmicas de 50º em poucas horas);

- poder transmitir e suportar as reacções da fachada para a estrutura e vice-versa;

- conservar todas as suas funcionalidades no tempo (não pode corroer);

- permitir uma fácil montagem e desmontagem dos elementos.

 

O sucesso do sistema Precast deve-se à rapidez de execução, à sua maior segurança, mas também a uma maior racionalização da obra, sem limitar a liberdade expressiva do projectista e valorizando técnica e economicamente a obra.

O metal mais utilizado nas Fachadas Cortina é sem sombra de dúvida o alumínio, mas o aço desempenha também um papel importante na produção dos sistemas de fixação, e sempre que é exigida uma elevada resistência mecânica. As principais razões que levaram os construtores de Fachadas Cortina à utilização em grande escala do alumínio são:

- Peso reduzido - Ausência de corrosão - Economia - Facilidade de pré-fabricação

Outro material utilizado para as Fachadas Cortina é, naturalmente, o vidro. Como qualquer prédio, também os prédios revestidos necessitam de janelas. Neste caso as janelas fazem parte da fachada e estão integradas nos módulos.

Em muitos casos o vidro reveste quase por inteiro a Fachada Cortina. A escolha dos vidros prende-se com vários factores:

- Estético - Funcional - Energético - Conforto

O vidro representa uma das melhores soluções na realização de fachadas leves produzidas industrialmente, que podem ser montadas na obra e agarradas à estrutura portante do edifício. Nascem deste modo as Fachadas “todo vidro”, com uma estética totalmente nova para edifícios específicos (escritórios, hotéis, bancos). Estes edifícios necessitam chegar a regime térmico em pouco tempo. É preciso, com um consumo energético relativamente baixo, atingir um alto grau de isolamento. Para um emprego ideal dos vidros é necessário que exista uma estreita colaboração entre o construtor da fachada e o produtor dos vidros, para a análise das principais problemáticas na determinação de:

- Iluminação do interior - Radiação solar e perdas de calor - Pontes térmicas nos perfis com possível formação de condensação - Qualidade e prestações dos vidros - Deformação do vidro e dos caixilhos - Prestações em termos de permeabilidade ao ar e impermeabilização

 

Fachada Cortina Estrutural

O sistema de Fachada Cortina Estrutural consiste na colagem dos vidros ao aro do módulo portante através de silicones especiais, de alta resistência e elevadas propriedades adesivas, especificamente projectados para este tipo de aplicação. Desta forma as cargas externas aplicadas aos vidros são transmitidas à estrutura de suporte através da silicone estrutural, que constitui o vínculo elástico de fixação dos vidros. As Fachadas Estruturais diferenciam-se dos outros modelos de fachada pelo facto de não terem caixilhos à vista, e por isto são muito apreciadas pelos projectistas que procuram uma arquitectura audaz e linear.

As grandes vantagens deste tipo de fachada são um maior isolamento térmico e acústico e a redução de:

- Pontes térmicas - Infiltrações de água - Riscos de choque térmico Por fim, alguns comentários sobre os vedantes utilizados nas Fachadas Cortina.

Estes devem ser de boa qualidade, para poderem garantir uma longa duração das prestações da Fachada, e possuir as características exigidas para este fim: - Inalteráveis no tempo - Insensíveis termicamente - Elásticos de forma a absorver as dilatações das partes metálicas - Facilmente manuseáveis na fase de montagem

É muito arriscado utilizar vedantes mais económicos, e que não garantem a perfeita estanquecidade da Fachada. Há muito que os elastómeros de etileno-propileno e silicone são utilizados para a realização de Fachadas Cortina, demonstrando uma excepcional resistência aos agentes atmosféricos em geral, e em especial ao ozono e aos raios ultravioletas, que são responsáveis pelo envelhecimento precoce de muitos vedantes. Quer a borracha de silicone, quer o Dutral (etilo-propileno) são óptimos vedantes pois possuem elasticidade e capacidade de adaptar-se às dilatações térmicas do alumínio, que podem variar de 1 a 8 mm por metro linear.
 

Fonte: FACCIATE CONTINUE – Una Monografia – Itália 1990 - Editora Tecnomedia/Reed Business Information Spa